Rua Presidente Coutinho n ° 579, sala 603 - Centro, Florianópolis-SC
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EPICONDILITE LATERAL

A epicondilite lateral é uma doença localizada no lado externo do cotovelo, em uma saliência óssea chamada de epicôndilo lateral. É também chamada de "cotovelo do tenista", por muitas vezes acometer esses atletas. Apesar disso, menos de 5% dos pacientes com esta doença praticam o tênis.

Menos freqüentemente, a dor ocorre no lado interno do cotovelo, sendo então chamada de epicondilite medial ou "cotovelo de golfista".

Apesar de geralmente ser explicado como uma inflamação local, a causa básica é uma degeneração da origem dos tendões que movimentam os dedos e o punho (degeneração angiofibroblástica).

A lesão é conseqüente de sobrecarga de tensão, com roturas microscópicas que não cicatrizam adequadamente. Por tratar-se de tecido com menor vascularização, algumas vezes refere-se a essa lesão com "infarto do cotovelo".

O sintoma básico é a dor, principalmente para atividades que necessitam movimentos repetitivos, erguer objetos ou girar o antebraço. As profissões de dentista, professor, operário, e as que realizam muita escrita manual ou digitação estão mais propensas a desenvolver a epicondilite.

Como os tendões que estendem (esticam) os dedos e o punho vêm do cotovelo, os movimentos das mãos podem dar início aos sintomas. Com a progressão da doença, a dor pode irradiar para o antebraço, causando inclusive diminuição de força. A faixa etária mais acometida é de 35 a 55 anos, afetando tanto mulheres quanto homens.

O diagnóstico é basicamente clínico, ou seja, pela história e pelo exame físico, quando testes são realizados para reproduzir os sintomas.

O raio-X geralmente é normal (foto), mas em cerca de 20% dos casos pode existir uma pequena calcificação adjacente ao epicôndilo.



O ultra-som e a ressonância magnética raramente são necessários para o diagnóstico.

A epicondilite lateral deve ser diferenciada da compressão de um nervo chamado interósseo posterior, que passa próximo ao epicôndilo e resulta em dores semelhantes.

O tratamento básico é o afastamento temporário das atividades que causam as dores. Apesar de ser a principal recomendação, isso nem sempre é possível, seja pelas exigências do trabalho ou pela necessidade do atleta continuar realizando seu esporte.

Também deve-se modificar a forma de realizar as tarefas diárias, evitando repetições de movimentos e carga de peso, assim como observar a postura para realizar as atividades do dia-a-dia. Quanto ao uso do computador, deve ser observada a ergonomia, principalmente quanto ao apoio dos cotovelos nos braços da cadeira.

Além disso, poderão ser prescritos:

Medicações, principalmente os analgésicos;

Utilização de gelo, pelo menos 3 vezes ao dia por 20 minutos, protegendo a pele (foto);
Infiltração local;

O uso de tala para melhorar o posicionamento e diminuir a mobilidade do punho, ou de banda no antebraço para diminuir a tensão dos tendões no cotovelo (figura);

Fisioterapia, com o objetivo de diminuir a dor e alongar e reforçar os tendões acometidos (figura). Estes exercícios devem ser realizados em casa, de maneira leve no início, para não provocar mais dor.

Para os tenistas, além de um bom condicionamento físico, é importante evitar a contratura contínua dos músculos, treinar o posicionamento do corpo e do cotovelo, e a forma certa de realizar o "back hand". Avalie com seu professor se a intensidade e a freqüência do seu treinamento estão corretas. Quanto à raquete, evitar as pesadas e com acordoamento tenso.

É importante saber que a epicondilite é de tratamento prolongado, levando normalmente vários meses até a melhora completa. Os cuidados adequados levam a bons resultados na grande maioria dos casos.